Fausto Bittar assumiu o cargo de diretor de futebol da base em 2 de setembro com missões complexas: acabar com os escândalos que marcaram o departamento neste ano, reduzir os custos que chegam a R$ 14 milhões por temporada, aumentar o número de atletas da base no time titular do profissional… Com franqueza, Bittar conversou com o Blog por quase uma hora e esclareceu todos esses e vários outros pontos, como a parceria com o Flamengo-SP, a introdução do futsal na base, o novo CT…
BLOG: Você acaba de completar 45 dias como diretor das categorias de base do Corinthians. Que estrutura encontrou?
FAUSTO BITTAR: Aqui tudo é muito organizado. Temos comissões técnicas eficientes, a parte administrativa também funciona bem.
Então quer dizer que você não mudará nada?
Estou pensando em mudanças, sim, mas para o ano que vem. Serão novidades que trarei, como a integração das categorias de base do futsal, que farão parte da minha diretoria. Do sub-8 ao sub-17, teremos integração total com o futebol de campo.
Qual a intenção?
A ideia é fazer com que o atleta possa sair do salão e ir para o campo com facilidade, sem qualquer burocracia. Também vamos conseguir integrar melhor as comissões técnicas. A base do futsal deixa de ser da diretoria de esportes terrestres. Vai dar mais trabalho, porém teremos melhor qualidade.
Especulou-se que vários técnicos dos times da base no futebol de campo correm risco de demissão.
Eles estão sob avaliação. Se eu disser agora para você que vou mudar, estaria mentindo.
Qual o tamanho da base corintiana hoje?
Temos 70 funcionários e 200 atletas, entre a base do Corinthians e a do Flamengo-SP (o time de Guarulhos hospedou durante os últimos anos todos os jogadores do Timão; em troca, atuou com atletas alvinegros no sub-17 e no sub-20, a custo zero).
E quanto toda essa engrenagem custa?
Uns R$ 14 milhões por temporada. Nosso custo mensal fica sempre na casa de R$ 1,2 milhão e vamos enxugar mais um pouco para o ano que vem. Essa redução vai se dar com contratações, saídas de atletas, logística…
Pelo menos dois grandes escândalos marcaram a base em 2016 (caso Alyson e a contratação de um atleta que havia sido reprovado quatro meses antes). O que você fará para evitar novos problemas?
Isso já está sendo administrado pela própria diretoria, que montou uma Comissão de Ética. Sem contar as mudanças de pessoal feitas (José Onofre deixou a diretoria da base, o gerente Fábio Barrozo pediu demissão e oito assessores da base saíram). Isso não me preocupa, porque o clube criou travas. E todas as contratações passarão por mim. Tenho certeza de que nada disso vai acontecer.
Já dá para confirmar de forma oficial que a parceria com o Flamengo-SP acaba de vez em dezembro?
O contrato termina neste ano e vamos avaliar se a gente mantém ou não. Bancamos salários de atletas e comissão técnica dos times do Flamengo-SP, então é um custo adicional. E o momento é de contensão de despesas.
Mas você já têm um local para hospedar os garotos, não?
Hoje, eles ainda estão alojados no Flamengo, mas estamos terminando de arrumar uma casa perto do Parque São Jorge, que foi alugada para recebê-los.
A parceria funcionou?
Vários atletas que hoje integram o time profissional passaram pelo Flamenguinho. Casos de Yago e Pedro Henrique. Também subimos quatro jogadores recentemente (Warian, Rodrigo Figueiredo, Carlinhos e Léo Jabá) e mais um ultimamente: o lateral-direito Mantuan.
Já que falou da promoção de atletas, por que o Corinthians usa tão mal várias gerações que fazem boas campanhas e ganham títulos na base?
Não acho que são tão poucos. Se você contar aqueles que atuam como titular, pode ser pouco, mas no elenco temos: Léo Príncipe, Arana, Pedro Henrique, Yago, Marciel, dois goleiros… São pelo menos uns 15 atletas.
Mas não faz parte de suas metas aumentar a participação no time titular?
Queremos colocar o máximo possível de atletas. Vamos formar, preparar e esperar que eles joguem. O que dá para garantir é que o trabalho será integrado.
Tem alguém da base em quem você põe muita fé?
Acredito muito no Léo Jabá, que já está no time de cima. Trata-se de um baita atacante, inclusive, tem sido sempre convocado para a seleção brasileira sub-20.
Quando o CT da base ficará totalmente pronto?
Já temos três campos em condição de treino e o utilizamos para todas as categorias em esquema de rodízio. Todo mundo treina la, além de trabalhar no gramado sintético da Fazendinha. A promessa é de que no fim de 2017 tenhamos a hotelaria pronta. É o que está faltando hoje.
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