A geração de jogadores nascidos em 1985 era das mais das promissoras da história do Internacional. No ano de 2000, o time ganhou o único título do clube da etapa internacional da Copa Nike.
A glória máxima veio após um longo caminho percorrido pelo Colorado, com conquistas regionais, nacionais e continentais. Aliás, o sub-14 já demonstrava que poderia ir longe no ano anterior.
Julinho Camargo, hoje no time do Goiás, era o técnico da equipe que encantou à época. Em um momento difícil para o Colorado, aquele era o escape para comemorar um título de importância internacional para as categorias de base.
Destaques promissores
O título conquistado na Holanda está, inclusive, na marquise do Beira-Rio. Honra para poucos. Daquele time, os grandes destaques ficavam por conta da dupla Diego e Diogo. Gêmeos, os atacantes eram a força ofensiva do time. Habilidosos e com uma técnica acima da média para a idade, os dois se credenciavam como possíveis ídolos.
Na zaga, Danny Morais era o grande líder. Com técnica e bom jogo aéreo, era soberano na defesa. Martin Carvalho, filho do ex-presidente Fernando Carvalho, também fazia parte da equipe.
Etapa nacional
Na etapa brasileira do torneio, o Internacional fez uma primeira fase tímida. Foram dois empates em 0 a 0 – diante de Juventus e Santos -, além de uma vitória diante do Etti Jundiaí. Com a classificação assegurada, as semifinais eram o próximo obstáculo. Diante do Vasco, o futebol deslanchou e o time gaúcho levou por 3 a 0.
Na final, diante do Santos, o Internacional voltou a vencer. Desta vez por 2 a 1. O título era o primeiro passo da conquista internacional. A próxima fase era levar a etapa continental. E foi mais difícil.
No México, o Internacional continuou invicto, mas teve que contar com um sopro de sorte. Na fase de grupos, duas vitórias e um empate. Porém, nas semifinais, contra o Boca Juniors, empate em 1 a 1 e vitória nos pênaltis.
O roteiro foi exatamente igual. Diante dos mexicanos do América, novo empate por 1 a 1 e decisão nos pênaltis. Mesmo diante dos mandantes, novamente vitória dos Colorados. Título e vaga para a etapa europeia. A consagração estava bem próxima.
A consagração na Europa
Para o torneio na Holanda, era preciso vencer outros 15 adversários. Eram times das mais variadas regiões. O clube gaúcho caiu no grupo A, ao lado do Bayi Middle School, da China, Admira Wacker, da Áustria, e o Ajax Cape Town, da África do Sul.
A primeira fase foi tranquila. Foram duas vitórias e um empate, contra o time sul-africano. Sete pontos e classificação encaminhada para as quartas-de-final.
O adversário foi o AGF Aarhus, time da Dinamarca. Mais uma vez, o Internacional evitou surpresa e ganhou facilmente por 2 a 0. O resultado se repetiu nas semifinais, contra o tradicional SMS Lodz da Polônia.
A desejada chance de chegar ao lugar mais alto do podia estava lá. Na final contra o Verdy Junior Youth, equipe japonesa, o desejo era apenas vencer. E o resultado veio com um magro e aliviante 1 a 0, gol do lateral Patrick Machado.
A comemoração foi muito grande por parte de todo o time. O ano dourado para a base do Internacional foi fechado com chave de ouro com o título.
Estrelas que se apagaram
Apesar da qualidade e do status, nenhum deles chegou a ser craque na equipe profissional. Diego chegou a disputar muitas partidas, mas nunca conseguiu emplacar uma sequência de alto nível.
Mesmo assim, chegou a ser peça importante no time de 2003, formando ataque com Daniel Carvalho e Nilmar. Hoje, aos 30 anos, está no modesto Police, da Tailândia.
Diogo não teve tanto espaço no Internacional. Rodou mais que o irmão. Atualmente, mesmo jovem, aos 30 anos, está sem clube e buscando continuar no futebol. Danny Morais, outro destaque, está no Santa Cruz.
Uma geração que se perdeu com o tempo. De legado, a iniciativa do Internacional de apostar na base e investir cada vez mais em infraestrutura na categoria.
Caio Alves, Jornalista.
www.alambrado.net
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