terça-feira, 30 de setembro de 2014

"Meia goleador", filho de Índio assina vínculo com Inter e segue trilha do pai

Marquinhos tem 14 anos, é meia-atacante veloz e de habilidade, e se inspira em Cristiano Ronaldo e James Rodríguez nas categorias de base do Inter


Aos 14 anos, Marquinhos já tem bastante história para contar. Também pudera. Filho do zagueiro Índio, multicampeão pelo Inter, desde pequeno convive no meio do futebol. Lilian, esposa do jogador e mãe do menino, conta que a primeira palavra que ele aprendeu foi "bola". O primeiro presente? Uma bola. Ainda criança, aproveitava os momentos de fim de treino do pai para jogar com atletas colorados, entre eles o ídolo D'Alessandro. Agora, já faz parte das categorias de base do clube. Vive a rotina de treinamentos, jogos, campeonatos, cobranças. Na última semana, assinou o primeiro vínculo. Foi surpresa. Momento de orgulho que a família - que se completa com Gabriela, de 11 anos, outra filha do casal - guarda como uma conquista. Apenas uma de muitas que esperam participar.

O GloboEsporte.com visitou Lilian, Índio e Marquinhos na semana passada. Conheceu um pouco da história da família e principalmente do futuro jogador profissional, que se inspira em nada menos que Cristiano Ronaldo e James Rodríguez, craques do Real Madrid. É meia-atacante, e segundo os pais corujas, faz muitos gols. Enquanto dá os primeiros passos, o menino conta, com brilho nos olhos, a emoção que sentiu no momento da assinatura.

- Eu estava no treino e meu coordenador falou que eu tinha que subir lá (na sala dele) depois. Aí ele disse que eu precisava assinar uns papeis, e era para eu levar para casa para meus pais assinarem. Cheguei em casa, abri o documento, e estava escrito "contrato do atleta" - lembra, interrompido pela mãe:

- Ele me ligou e disse mãe, mãe, mãe! Eles querem assinar, mãe! - diz Lilian, cheia de orgulho. - Estávamos levando mais como uma brincadeira. Deixamos ele à vontade e não cobramos nada do clube. Mas como ele estava sendo muito bem aproveitado e vinha se destacando, o clube se interessou em regularizar - completa.

Esse primeiro vínculo de Marquinhos com o Inter é chamado de bolsa para formação do atleta, e vai até 2017. No ano que vem, ele passa a receber um auxílio, que servirá como um primeiro salário. É o pontapé inicial para a carreira de jogador profissional com a qual ele sonha.

MARQUINHOS SONHA ALTO

O desejo de Marquinhos, como o de muitos meninos que começam a jogar futebol, é atuar fora do país. De preferência na Europa. O clube preferido do filho de Índio é o Real Madrid, da Espanha. E ele sonha, um dia, alcançar o nível dos ídolos da equipe madrilenha.

- Espero um dia ser igual a eles. Eu vejo jogos, jogo vídeo game e já criei até meu personagem no Real Madrid - revela.

Mas a realidade dele, por enquanto, é Porto Alegre. Acompanha os jogos do Inter e admira, além do pai, o capitão D'Alessandro. Na base do clube há três anos, ainda que tenha começado a ganhar mais oportunidades em 2014, tenta reproduzir no campo as características dos jogadores estrangeiros que gosta de assistir. Mas também cria sua própria identidade. 

- Sou um cara que gosta de driblar, fazer gol. Jogo pelo lado esquerdo do campo, gosto de puxar para o meio e chutar para o gol - define Marquinhos, que costuma ouvir as orientações do técnico e colocar em prática. - Às vezes, quando eu faço alguma coisa, ele me diz para melhorar. Aí eu vou lá e treino um pouco mais. É assim - diz.

Quando recebeu a reportagem, Marquinhos recém havia chegado do treino, na cidade de Alvorada, Região Metropolitana. É lá que a categoria dele, sub-14, trabalha. Sorridente, vestia camiseta, bermuda e uma sandália. Mesmo cansado da rotina de aula pela manhã e treinamento à tarde, desceu do apartamento localizado em um luxuoso condomínio na zona norte de Porto Alegre com uma bola em mãos. Na quadra onde a entrevista e as imagens foram feitas, entre uma frase e outra, pausa para bater uma bolinha. Descalço mesmo, sozinho ou com o pai. 

Depois, encontrou amigos em outra quadra de futebol. Não deu outra: juntou-se a eles para uma partida. A mãe, Lilian, diz que é sempre assim. E a correria do dia a dia, que já é de uma vida de adulto, não incomoda Marquinhos.

- Se é o que eu quero, o que eu gosto, isso faz parte - pontua.

MÃE E PAI: FÃS E CONSELHEIROS

Pais, torcedores e fãs. Assim são Índio e Lilian. Os dois também participaram da entrevista e falaram sobre o orgulho que sentem de Marquinhos. E também da filha Gabriela, que preferiu ficar em casa. Diferente do irmão e do pai, ela não foi para o lado do futebol, e sim para a dança, segundo a mãe.

Em diversos momentos da conversa, Lilian fazia questão de ressaltar que a educação vem em primeiro lugar. Marquinhos só é autorizado a faltar alguma aula para ir a treino ou jogo, em horários que coincidem, se ele estiver bem no colégio. Atualmente, é elogiado. 

- Tem dias que tem treinos de manhã e de tarde também. Aí como ele está bem na escola, vamos jogando, de repente falta um dia ou outro, para poder participar. Mas o principal é o estudo - frisa a mãe. - Queremos que ele continue estudando. Ele tem uma cobrança grande, até pelo pai que tem, que conquistou tudo que conquistou, mas a primeira coisa é o estudo - completa.

Índio, com toda a experiência que tem no futebol, aproveita para aconselhar o filho. 

- A gente conversa. Eu digo que muitas vezes vão falar que ele é meu filho... Mas ele mesmo se cobra bastante para estar sempre bem - comenta. - Vejo muita vontade nele, ele chega do colégio e já quer ir para o treino. Isso é um orgulho, e ele também é obediente.

A palavra que resume o sentimento dos pais ao assistirem a treinos ou jogos é nervosismo. Lilian revela que Índio é daqueles torcedores que não param de falar, incentivar, cobrar. Que certa vez até levou bronca de Marquinhos. Pediu para o pai pegar mais leve, pois já estava "pagando mico". 

- E como mãe é pior. Agora eu entendo porque a mãe do Índio ficava tão nervosa nos jogos dele - diz Lilian. - É medo de machucar, a preocupação é maior.

O amor do filho pelo esporte é inegável. E por isso os país fazem questão de contribuir com o que for necessário para que ele conquiste o sonho. 

- A primeira palavra dele foi bola, o primeiro presente (foi uma bola). E olha que o Índio é bem tranquilo. Quem deu a primeira chuteira para ele ainda foi meu pai. Ele era bem pequeno, tinha uns três aninhos de idade. A ponta da chuteira ficou toda gasta, de tanto jogar! - lembra Lilian.

O futuro recente, no entanto, é incerto. A família decidirá o que será melhor para todos ao fim do ano. Isso porque o contrato de Índio com o Inter se encerra em dezembro. O jogador ainda não sabe se irá se aposentar, se continuará jogando, ou se fará outra atividade. Nada foi definido. Ao menos não ao ponto de ser divulgado. Lilian tem uma clínica estética em Assis, interior de São Paulo, onde também vivem parentes do casal. Uma visita para matar a saudade, é um dos objetivos. Certo é que, aconteça o que acontecer, Marquinhos continuará jogando futebol. 

COM A PALAVRA, O COORDENADOR E O TÉCNICO

Coordenador da categoria de Marquinhos, Felipe Kssesinski diz que o menino chamou atenção da comissão técnica há três anos pela desenvoltura apresentada quando jogava com o pai e outros jogadores do Inter após um treino no Beira-Rio. O técnico, Matheus Costa, diz que desde o primeiro momento viu potencial. Ele define Marquinhos como um atleta "muito talentoso".

- É um jogador ofensivo, tem excelente drible, controle de bola e projeção. Acreditamos nele - destaca Matheus. - Tem posicionamento de área muito interessante para a idade dele. Tem uma leitura de jogo que surpreende - acrescenta Felipe.

O primeiro título que Marquinhos conquistou com o grupo sub-14 foi o turno do Campeonato Gaúcho, em agosto. Segundo o coordenador, em todos os jogos que ele entrou, fez gols. Motivo de vibração para a mãe.

- Ele fez quatro gols em três jogos, dois gols em um jogo só - conta Lilian, empolgada.

As presenças de Marquinhos ficaram mais frequentes nos treinos neste ano. Só não consegue comparecer ao trabalho todas as segundas em razão das aulas em dois turnos na escola. Os jogos ocorrem aos sábados e domingos. Com participação mais efetiva, conseguiu ganhar espaço maior. O único ponto que precisa evoluir, no momento, é a "maturação", como explicam o coordenador e o treinador do meia-atacante.

- Ele vem se soltando aos pouquinhos. Ainda é frágil, é menor em relação aos colegas, o que não o faz ter um rendimento limitado, ele é inteligente - comenta Felipe.

O crescimento de Marquinhos dentro do grupo, conforme os dois profissionais, não tem nenhuma relação com o fato de ele ser filho de Índio. Assim como os pais do menino, técnico e coordenador não ligam o nome dele ao do zagueiro do Inter para não misturar as coisas.

- É uma coisa que eu sempre falo para ele. O Índio tem a história dele pelo clube. E o Marquinhos está no clube pelo talento que ele tem. De repente o Índio ajuda pelo perfil de atleta. Mas ele está aqui hoje pela qualidade - ressalta Matheus.

- Os meninos têm um respeito muito grande pelo Índio, não misturam isso, são todos amigos - acrescenta Felipe.

Globo Esporte

Flamengo contrata goleiro de 16 anos e 1,96m da base do Botafogo

Rodrigo Antunes vibra com oportunidade de defender clube pelo qual toda sua família torce: "Vou fazer de tudo para honrar o manto sagrado"



O Flamengo acertou com goleiro formado na base do Botafogo. Trata-se de Rodrigo Antunes, que completa 17 anos em 12 de novembro. Ele assina contrato de um ano com o Rubro-Negro nesta terça-feira. 

- Estou muito feliz com essa nova oportunidade. Minha família toda torce pelo Flamengo e vou fazer de tudo para honrar o manto sagrado - vibrou o jovem.

Rodrigo, de 1,96m e 90kg, foi reserva na campanha vitoriosa do Botafogo no Torneio Octávio Pinto Guimarães (OPG) de 2013. Na maior parte do torneio, tinha apenas 15 anos. Seu ex-clube foi campeão justamente contra o Flamengo, em 23 de novembro, 12 dias depois de o garoto completar 16 primaveras.

Globo Esporte

domingo, 28 de setembro de 2014

Inter afasta joia da base e investiga possível 'gato' no time sub-23


Fernando Baiano, destaque nas categorias de base do Internacional, está atualmente afastado dos jogos do time sub-23. A suspeita é que o registro do meia-atacante tenha sido adulterado, fato que levou os dirigentes do clube gaúcho a abrirem uma investigação para apurar o possível caso de 'gato'. Com passagem até pelo Lyon-FRA, o atleta tem oficialmente 19 anos.

O afastamento da equipe dirigida por Clemer foi reiterado na última quarta-feira (03), quando o time sub-23 do Inter entrou em campo pela Copa Fernandão, diante do Marau, e Fernando Baiano sequer ficou no banco de reservas.

A situação é tratada com extremo cuidado pelos dirigentes. O clube gaúcho confirma as suspeitas e diz que um processo de investigação sobre registros e dados do jovem está em andamento. Nos documentos junto à CBF, Fernando Baiano tem o dia 20 de março de 1995 como sua data de nascimento.

"Existe esta situação e estamos investigando. Estamos trabalhando para apurar o que é verdade e o que é rumor neste caso", disse um dirigente do clube gaúcho que pediu anonimato.

Considerado uma das grandes promessas do Colorado nos últimos anos, Fernando Amorim ganhou o apelido de Baiano por ter nascido no interior do estado nordestino e chegou ao Beira-Rio em 2009. Antes, passou pelo Vasco e, em 2011, foi pra o Lyon, da França. Sem acerto com o clube europeu, voltou para Porto Alegre.

Com Clemer, chegou a treinar mais de uma vez no elenco principal. Neste ano, participou de dois jogos do Gauchão com a equipe sub-23. Entrou no decorrer do confronto com o São Luiz-RS e foi titular na partida diante do Novo Hamburgo, ambas em janeiro.

O vínculo de Fernando Baiano com o Internacional se encerra em 24 de janeiro de 2015. Longe dos treinos do time sub-23, ele aguarda o final da investigação dos dirigentes para saber se tem alguma chance de renovar contrato. Os agentes do jogador foram procurados pela reportagem, mas não retornaram as ligações.

UOL

domingo, 14 de setembro de 2014

André Grunitzky foi escolhido entre cem jovens para testes no Internacional de Porto Alegre

André Grunitzky foi escolhido entre cem jovens para testes no Internacional de Porto Alegre

O futebol está no sangue e a mãe conta que desde pequeno a bola já fazia parte da rotina diária de André Grunitzky. O jovem anitense de 16 anos, com um 1,80m é a revelação no futsal e futebol da região e foi destaque na peneira realizada em Lages, nos dias 7 e 8 de setembro, oportunidade em que mais de cem atletas de diferentes categorias, vindos de todo o país, mostraram se são bons de bola.

André e Lucas Rodrigues, de Lages, chamaram a atenção durante a seleção de jovens destaques no futebol para testes no Internacional de Porto Alegre. Sob os olhos do avaliador Eduardo Arrue, eles foram os únicos escolhidos entre mais de cem participantes. Da seletiva realizada em Lages, Apenas os dois terão a chance de vivenciar os dias de testes e treinamentos na categoria de Base, no CT Alvorada do Internacional, em Porto Alegre.

Os próximos testes acontecem no dia 23 de setembro e desde já o jovem anitense treina horas a fio para, quem sabe, conquistar um lugar no seu time do coração, o Internacional, iniciando na categoria Sub-16.

De acordo com o atleta que foi revelação na Copa dos Lagos e também no campeonato municipal de Anita Garibaldi neste ano, o teste em Lages surgiu casualmente, quando ele estava vendo o site do Inter e, num clique errado, descobriu sobre o teste. “Descobri por acaso. Fiz a inscrição no teste e comecei a treinar. A expectativa é grande e estou contando com o apoio dos meus pais”, comentou o jovem atleta.

Segundo o pai de André, Cladimir Grunitzky, essa é uma chance que poucos conseguem e, por isso o jovem tem que aproveitá-la ao máximo.

Agora, André treina para chegar ao Inter nas próximas semanas, mostrando que o futebol está no sangue e jogar bola vai muito além de um hobby.

Correio dos Lagos

Proposta de treinamento da tática individual na formação de atletas de futebol

Artigo Científico - EFDeportes - Buenos Aires/Argentina

Propuesta de entrenamiento de la táctica individual en la formación de jugadores de fútbol

*Orientador. NEPEC/UFC/IEFES
**Autor. Universidade Federal do Ceará
(Brasil)
Prof. Ms. Otávio Nogueira Balzano*
Edilson Medeiros de Oliveira**





Resumo


O futebol tem evoluído no aspecto técnico, tático, físico e psicológico no decorrer dos últimos anos, principalmente com o advento dos conceitos de modelo de jogo. Apesar de toda esta evolução muitos clubes ainda não desenvolvem em suas categorias de base a tática individual dos atletas de acordo com a função deles no campo. O estudo é do tipo descritivo de cunho exploratório e se caracteriza por ser uma revisão de literatura. Esse trabalho tem como objetivo sugerir uma proposta de ações táticas individuais para o desenvolvimento de jogadores em formação respeitando sua faixa etária. Pretende-se através desta proposta auxiliar os treinadores das categorias de base no futebol, para o desenvolvimento de um trabalho que aprimore a tática individual dos atletas de acordo com a sua função em campo. É importante que profissionais da área do desporto, forneçam subsídios para professores de Educação Física e treinadores envolvidos no processo de formação de ensino/aprendizagem/treinamento do futebol, que desafie os jogadores a resolverem problemas de ordem tática. 

Unitermos: Tática individual. Funções do futebol. Formação de atletas.


EFDeportes.com, Revista Digital. Buenos Aires, Año 18, Nº 190, Marzo de 2014. http://www.efdeportes.com/
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1. Introdução

O futebol tem evoluído no aspecto técnico, tático, físico e psicológico no decorrer dos anos, principalmente no início deste século com a introdução do modelo de jogo e da periodização tática conceitos desenvolvidos por Mourinho. Apesar de toda esta evolução, muitos clubes e profissionais não trabalham nas categorias de base um conceito importante que é a tática individual dos atletas de acordo com função que ele desempenha no campo. 

Segundo Frota (2012), a tática individual, nada mais é do que o entendimento da função em determinada posição do jogador no campo desde a forma de se movimentar até o momento e a forma da execução do gesto técnico. Para Saad e Costa (2005), tática individual é a ação isolada do jogador através das capacidades físicas, técnicas, táticas, teóricas e psicológicas, e capacidade de percepção da situação de jogo visando atingir um objetivo determinado. 

Para Frota (2012), a tática individual é um conceito extremamente importante para o desenvolvimento do jogo e do atleta naquela função. Segundo o autor, são raros os laterais que conseguem executar sua função na posição por inteiro (marcar e atacar como um lateral), muito porque na base não ensinaram o atleta a maneira correta de agir naquela função, o que faz com que atletas cheguem ao profissional com erros básicos. A maioria não sabe o que fazer defensivamente, seja no 1 x 1, ou no momento da cobertura. 

Esses erros na tática individual fazem com que os atletas sejam incompletos sem saber executar a função na posição, gerando muitos prejuízos não só ao atleta, como à tática coletiva da equipe. O conhecimento tático de sua posição pode dar um alicerce na sua formação, contribuindo para seu futuro profissional. 

A maneira de ajustar este problema é na formação dos atletas, nas categorias de base. Neste contexto é importante que os profissionais que trabalham com este segmento do futebol, dediquem um espaço do seu treinamento para trabalhar as funções táticas dos jogadores de futebol. 

Este estudo pretende elaborar, através da experiência do pesquisador e da literatura, uma proposta de táticas individuais para atletas em formação de futebol. De acordo com sua posição e sua categoria (faixa etária). Desta forma, este trabalho pode auxiliar os treinadores das categorias de base no futebol, nos treinamentos de suas equipes, no que diz respeito ás funções táticas que seus atletas devem desempenhar em campo respeitando os limites (técnico, físico, tático e cognitivo) da categoria.

2. Características das categorias
Segundo Benda e Greco (1998), existe uma estrutura temporal baseada em faixas etárias para o planejamento, condução e regulação do processo de ensino-aprendizagem-treinamento de jovens da fase pré-escolar até a adulta. A cronologia do desenvolvimento esportivo está calculada em princípios de ordem pedagógica, metodológica, biológica, de organização e gerenciamento. Os limites impostos para as fases não podem ser considerados de forma rígida, pois as variáveis da individualidade criam áreas de intercessão com características de desenvolvimentos semelhantes entre duas ou mais faixas etárias.

Sub 15
  • Treinamento em média de quatro a cinco vezes por semana
  • Apresentam jogadores com certas habilidades especiais
  • Treinos com cobranças no aspecto tático e técnico
  • Treinos com ênfase nos em jogos que busquem a realidade do jogo
  • Podemos começar a trabalhar algumas bolas paradas
  • As equipes começam a jogar com variação de sistemas táticos
  • Iniciação ao trabalho físico específico
  • As defesas devem ser individuais com princípio da ajuda defensiva deve-se ensinar o que é marcação pressão e marcação por zona
  • Nível onde começa surgir os atletas de rendimento



Sub 17
  • Treinos de 5 a 6 vezes por semana 
  • Domínio total do futebol 
  • Trabalho com ênfase no aspecto físico 
  • Os jogadores estão aptos ao trabalho organizado e sistemático 
  • Execução de diferentes sistemas de ataque e defesa 
  • Ênfase nas produções individuais e coletivas 
  • Estratégias preparadas para defesas que vai se enfrentar 
  • O jogo começa a ser monitorado por rendimento

Sub 20
  • Treino todos os dias, até em dois turnos 
  • Atletas sabem “tudo de bola” 
  • Trabalham-se os detalhes do jogo 
  • Sistemas de ataque e defesa-treinado com muitas variantes 
  • O talento é essencial para desequilibrar 
  • O resultado das competições é de vital importância 
  • Programa de treinamentos individuais 
  • O jogo é monitorado por scouts 
  • A preparação de cada jogo é muito cuidadosa 
  • A imprensa começa a ser importante

3. As posições no futebol 

As posições no futebol designam os jogadores a realizar uma determinada função no campo, buscando explorar as suas principais características, associada ao esquema tático utilizado. Para Saad e Costa (2005), função significa as ações do atleta na situação de ataque ou defesa, determinadas pela posse ou não da bola. 

O goleiro 

É o único jogador em campo que pode tocar a bola com as mãos e agarrá-la, desde que esteja dentro dos limites da "grande área". Seu objetivo é evitar os gols adversários e orientar seus companheiros no aspecto defensivo. 

Os zagueiros 

O zagueiro ocupa a região da grande área defensiva. A maioria dos zagueiros costumam ser altos, o que lhe permite cabecear as bolas alçadas contra a área. Nesta posição, costuma-se ver jogadores com grande força e resistência, já que a sua função é primariamente a de bloquear as proximidades da grande área. 

Os laterais (direito/esquerdo) 

Os laterais são jogadores que atuam pelo lado do campo, oferecendo a ligação entre a defesa e o meio-de-campo. Os laterais são jogadores resistentes e com velocidade, uma vez que têm a missão de apoiar o ataque, por uma das faixas laterais por todo o campo, além de realizarem cruzamentos, ou até tentando a finalização. A estes, cabe também à função de defender os avanços adversários pelos lados. 

Os volantes 

A posição do volante tem a missão de fazer a ligação entre a defesa e o ataque, é inserido ora no grupo defensivo, ora no grupo do meio-campo, já que faz a "ponte" entre ambos, participando ativamente em ambos os papéis. Funciona como o responsável pela marcação dos meias-de-ligação do adversário, anulando as jogadas ofensivas contra sua equipe, e como um distribuidor do jogo de contra-ataque. Deve ser um jogador com boa capacidade de marcação, mas com algumas qualidades ofensivas, para partir para o contra-ataque. 

Meia-armador ou meia-de-ligação 

O meia-armador ou meia-de-ligação são considerados os jogadores mais importantes de uma equipe, já que são responsáveis pela criação de lances ofensivos dos times. Diferencia-se dos volantes por ter o costume de avançar sobre a defesa adversária. Tem como características gerais o passe, a habilidade com a bola, capacidade de driblar e, em alguns casos, um bom chute à distância. 

Os meias laterais 

Os meias-laterais costumam ser rápidos, ter uma forte arrancada e bom drible, além de ter que realizar cruzamentos e remates a gol. No futebol moderno, é necessário que estes jogadores recuem no terreno para ajudar a defender. Esta função acontece quando uma equipe posiciona-se com duas linha de quatro jogadores na marcação. 

O meia-atacante ou meia ofensivo 

Numa posição intermediária entre o meio-campo e o ataque, encontram-se os meias-atacantes. O meia-atacante divide entre criação e ataque com mais efetividade, uma vez que atuam mais próximos aos atacantes. 

O ponta ou segundo atacante 

É o atacante que se movimenta mais, normalmente abrindo para os lados do campo, para puxar a marcação ou para buscar o jogo no meio-de-campo, quando a marcação da defesa é mais forte. Também pode se manifestar na lateral e no centro do campo. 

O centroavante 

O centroavante é o jogador que recebe a função de finalizar as jogadas, isto é, marcar os gols. Este jogador costuma não se movimentar muito, ficando muitas vezes isolado no ataque com os zagueiros e goleiro adversários. Suas características de jogo são o chute, o cabeceio e a colocação dentro de área. Numa distribuição abrangente do jogo, a área de mobilidade ronda a meia-lua e "grande área" do adversário. 

4. Funções táticas individuais de acordo com a posição em campo 

Os sistemas de jogo, além de definirem a distribuição dos jogadores no terreno de jogo, estabelecem, também, normas orientadoras dos comportamentos técnico-tácticos dos jogadores (princípios) tanto em processo ofensivo como defensivo. Algumas das principais normas que os jogadores devem tentar respeitar durante o jogo em função do lugar que ocupam dentro do dispositivo tático da equipe segundo Quina (2001): 

O goleiro 

Em processo ofensivo 

· É, muitas vezes, o primeiro atacante, pelo que pode e deve procurar influenciar o ritmo de jogo através da reposição rápida ou lenta da bola em jogo em função dos objetivos tácticos da equipa, do estado de organização defensiva da equipa adversária e da colocação dos seus companheiros. 

· Deve executar os tiros de meta para evitar que os seus companheiros fiquem, momentaneamente, em inferioridade numérica. 

Em processo defensivo: 

· Tem como função principal cobrir e defender a meta. 

· Deve, aproveitando a sua posição de observador privilegiado do terreno de jogo, assumir a coordenação dos companheiros que intervêm no setor defensivo da sua equipe. 

· Deve, em caso de necessidade, sair da grande área para jogar a bola com os pés. 

Os laterais 

Em processo ofensivo: 

· Devem, imediatamente após a recuperação da bola, deslocar-se para as linhas laterais para proporcionarem linhas de passe seguras aos portadores da bola. 

· Devem, sempre que possível, integrar-se na construção do processo ofensivo da sua equipe através da utilização dos corredores laterais. 

· Devem, dentro das suas zonas de ação, proporcionar ações de cobertura e apoio aos portadores da bola. 

Em processo defensivo: 

· Têm como tarefa fundamental marcar individualmente os adversários que apareçam com ou sem bola nos corredores laterais. 

· Devem deslocar-se para o corredor central sempre que a bola esteja no corredor lateral oposto, dando cobertura aos defesas centrais. 

Os zagueiros 

Em processo ofensivo: 

· Devem subir e fazer subir os seus companheiros do setor defensivo até ao meio campo. 

· Devem executar ações de cobertura ofensiva aos companheiros que, próximo deles, entrem momentaneamente em contato com a bola. 

Em processo defensivo: 

· Têm, como função principal, marcar individualmente os centroavantes da equipe adversária. 

· Devem executar ações de cobertura defensiva aos companheiros que entrem momentaneamente em contenção dentro das suas zonas de ação. 

Os volantes 

Em processo ofensivo: 

· Devem fazer a distribuição do jogo – isto é, assumir o papel de coordenadores de jogo da sua equipe. 

· Devem procurar marcar o ritmo de jogo, acelerando ou retardando o desenvolvimento do processo ofensivo da sua equipe em função dos objetivos perseguidos. 

· Devem executar ações de cobertura e apoio aos companheiros portadores da bola em todos os sectores do campo. 

Em processo defensivo: 

· Devem marcar os médios centros da equipe adversária. 

· Devem executar ações de cobertura defensiva aos companheiros em entram momentaneamente em ações de contenção, sobretudo nos sectores ofensivo e do meio campo. 

Os meias 

Em processo ofensivo: 

· Têm, como função principal, criar situações de finalização através de cruzamentos para a zona de finalização. 

· Devem, sempre que oportuno, deslocar-se para o corredor central para, juntamente com os centroavantes, tentar em criar situações de superioridade numérica na zona de finalização. 

Em processo defensivo 

· Têm como função principal “fechar” os corredores laterais. 

· Devem deslocar-se para o corredor central quando a bola está no corredor oposto para entrarem em ações de cobertura aos companheiros que jogam no corredor central. 

Os atacantes 

Em processo ofensivo: 

· Têm como função principal marcar gols, pelo que devem posicionar-se preferencialmente na zona de finalização. 

· Devem estar em movimentação permanente quer para procurarem apoio dos médios, quer para procurarem espaços livres, quer, ainda, para arrastarem os defesas centrais adversários para posições menos favoráveis. 

Em processo defensivo: 

· São, muitas vezes, os primeiros defensores da sua equipe, devem procurar pressionar insistentemente o goleiro e os adversários que entrem momentaneamente em contato com a bola nos setores defensivos e do meio campo defensivo da equipe adversária. 

5. Dimensões táticas individuais por categoria e função em campo 

Através do conhecimento teórico, da prática de campo e de observações, criou-se um quadro demonstrativo para tática individual de acordo com as posições de linha no futebol de campo respeitando a categoria que o atleta pertence.


Categoria Sub 15
Zagueiros
Aproximação e abordagem.
Interceptação (rebater)
Marcação individual (observar pé preferencial do atacante).
Marcação com o atacante de costas para o defensor (cercar)
Colocar-se em posição segura com a bola em jogo.
Laterais
Cobertura por dentro (zagueiro) quando bola estiver do outro lado do campo
Arremesso lateral em profundidade
Marcar por dentro deixar o corredor para o atacante (1x1)
Passar a bola pelos lados do campo
Condução de bola em linha reta.
Volantes
Técnica de desarme
Posicionamento a frente dos zagueiros
Técnica de marcação (aproximação e abordagem)
Antecipação
Abertura de jogo para os lados do campo
Meias
Marcação aos volantes (posicionamento central);
Técnica de desmarcação
Técnica de drible curto
Deslocar-se para tabelar (1,2);
Técnica de condução e passe
Atacante
Proteção da bola
Infiltração em profundidade
Controle de bola (recepção);
Drible em profundidade
Técnica de finalização (com o pé).

Categoria Sub 17
Zagueiros
Saber recuar (flutuar);
Cooperação com o colega ultrapassado (cobertura);
Saber colocar-se em bola parada
Cobertura aos laterais
Sair a jogar pelos lados do campo
Laterais
Cobertura aos zagueiros
Dar opção de passe para zagueiros e volantes quando dá recuperação de bola
Dobrar a marcação no lado do campo
Ultrapassagens por trás do atacante
Apoiar pelo lado e tabela com volantes
Volantes
Virar o jogo (visão periférica)
Lançamento em profundidade
Posicionamento na 1ª bola área de defesa
Cobertura dos zagueiros e laterais
Visualizar o adversário sem posse de bola (marcar por zona)
Meias
Percepção para acompanhar os laterais adversários
Técnica de arremate
Distribuição consciente do jogo
Posicionar no centro do campo fechar espaços (marcar por zona)
Técnica na cobrança das bolas paradas
Atacantes
Parede (proteção de bola)
Arremate com os dois pés
Técnica de desmarcação
Posicionamento para criar a vantagem numérica
Fintas de corpo

Categoria Sub 20
Zagueiros
Antecipação
Adotar o impedimento como estratégia
Sair a jogar pelo centro e pelo lado
Coordenar as ações coletivas de defesa (comunicação)
Imposição na bola área defensiva e ofensiva
Laterais
Apoio pelo lado e pelo centro do campo
Cruzamento no 1º e 2º pau
Overlaping
Criar situações de superioridade numérica nos lados do campo
Nas linhas de 4 guardar posição pelo lado do campo
Volantes
Cobertura dos laterais e dos meias.
Apoio no ataque aos meias (passar da linha da bola)
Posicionamento nos escanteios ofensivos (cobertura aos zagueiros) e defensivos (na meia lua rebote)
Dobrar a marcação nos lados do campo
Trabalho de posse de bola em dois toques
Meias
Infiltração no espaço dos atacantes
Passes em profundidade para os atacantes
Percepção e visão dos espaços para passar a bola
Procurar espaços vazios para armar o jogo
Determinar o ritmo do jogo
Atacantes
Utilizar-se da regra do impedimento
Técnica de cabeceio
Combate aos defensores
Deslocamentos para os espaços vazios (abrir espaço para colegas)
Técnica refinada de finalização


6. Considerações finais 

Almejamos contribuir com o desenvolvimento dos fundamentos técnicos - táticos individuais dos atletas em formação, aperfeiçoar os princípios táticos por função no futebol e contribuir com a preparação das equipes de formação no futebol. Acreditamos com esta pesquisa estar colaborando para o aprimoramento de jovens atletas do futebol e com o planejamento dos técnicos de categorias de base.

Referências

  • BENDA, R. N.; GRECO, J. P. Iniciação esportiva universal 1: da aprendizagem motora ao treinamento. Belo Horizonte: UFMG, 1998.
  • FROTA, N.T. A importância da Tática individual. Universidade do Futebol. Revista Digital. São Paulo, Ano 2012. Universidade do Futebol.com.br, Data de acesso 25.07.2013
  • GARGANTA da S, J. M. O ensino dos jogos desportivos colectivos: perspectivas e tendências. Movimento, v. 4, n. 8, p. 19-27, 1998.
  • QUINA, J. do N. Futebol: Referências para a organização do jogo. Edição: Instituto Politécnico de Bragança ·Bragança · Portugal, 1999.
  • SAAD, M. e COSTA, C. Futsal: movimentações ofensivas e defensivas. 2ª edição. Florianópolis; Visual Books, 2005.